sábado, 16 de abril de 2011

Grandes Brasileiros (4): Chevrolet Opala

Opala em seu lançameneto - 1968
Amigos, no dia 16/04/1992 saia da linha de montagem o último Opala, de número 998.444. Praticamente 1 milhão de Opalas foram produzidos durante 24 anos de existência. E hoje, 16/04/2011, eu não poderia deixar passar em branco essa data sem prestar minha singela homenagem ao Opala, uma jóia rara da indústrial automobilística nacional.

Em 1968, no Salão do Automóvel, era apresentado o Chevrolet Opala. Foi o primeiro carro de passeio brasileiro produzido pela General Motors e trazia traços do Opel Rekord na carroceria e na mecânica. Sua primeira versão estava disponível apenas com quatro portas, nas versões luxo e básica. No final de 1970, era lançada a versão Gran Luxo. Em 1971, chegava a versão SS, com motor de 4.1 litros e seis cilindros. A versão com duas portas veio somente em 1972, e trouxe nova grade dianteira.



Ainda nesse ano, o antigo motor 3.800 deixou de ser fabricado, e todos os Opalas de 6 cilindros passaram a ser equipados com o motor 4.100, sendo identificados pelo novo emblema no para-lama. Também em 1972, com o lançamento do SS cupê, a versão de quatro portas deixou de ser fabricada.

O ano de 1974 foi marcado pela primeira crise mundial do petróleo e a GMB lançou o SS de 4 cilindros como "arma" para combater a alto de preços dos combustíveis.
Externamente, o SS-4 tinha imensas áreas e para-choque pintado em preto fosco, além do emblema SS-4 na frente, na lateral e na traseira. Outros detalhes pintados de preto eram o aro da roda e o suporte do espelho retrovisor externo.

Em 1975, o modelo sofre mudanças, ganhando nova grade, capô, para-lamas, lanternas traseiras e painel frontal inspirado no Chevy americano. No mesmo ano é apresentada para os consumidores brasileiros a versão Caravan, com apenas duas portas e motor semelhante ao do Opala de duas e quatro portas. Para os mais exigentes, a versão Comodoro trazia um ar mais luxuoso ao veículo e motor de seis cilindros. 


O motor 250-S de seis cilindros em linha, uma versão mais forte, com carburador duplo chega em 1976. Posteriormente, esse motor estaria disponível para todas as versões do Opala. Ainda em 1976 a Caravan é eleita o carro do ano pela crítica especializada.

Para o ano de 1977, a GMB pensando na economia de combustível, o Comodoro passou a ter a opção de motor de 4 cilindros e câmbio de quatro marchas (foi utilizado o recurso "overdrive"). Ainda nesse ano foi lançado o Opala cupê Luxo, que ganhou um emblema no para-lama.



Em 1978, é lançada a Caravan Comodoro. No SS, as faixas laterais subiram em relação ao modelo anterior. O retrovisor externo ficou em formato cônico, com opção de instalação do lado do passageiro. A traseira ganhou pintura preta e o letreiro SS, vasado na faixa lateral migrou para cima do vinco do para-lama dianteiro.

Com os aperfeiçoamento mecânicos, a linha 1978 do Opala ficou mais segura.

Em 1979 o Comodoro foi simplificado, uma estratégia da GMB de preparação do consumidor para a futura chegada do Diplomata.

O ano de 1980 foi marcado pelo lançamento da versão Diplomata, e o fim da fabricação do SS. Entre 1981 e 1984 o Opala sofreu algumas mudanças como, por exemplo, novo painel de instrumentos, novos frisos externos e para-choques pretos no Diplomata, novas maçanetas internas, novo sistema de travas das portas. Porém, a mudança mais significativa acontece em 1985, com novos para-choques, grades, lanternas traseiras, frisos, padrões internos, painel de instrumentos, calotas, rodas de liga leve, entre outros itens. O veículo passa a ter vidros, espelhos e travas com acionamento elétrico e motor de seis cilindros a álcool. No mesmo ano chega a versão Caravan Diplomata.


Nos dois anos seguintes, poucas alterações. Somente em 1988 surge o câmbio de quatro marchas automático, e os faróis, as grades, o capô dianteiro, os para-lamas dianteiros e as lanternas traseiras se modificam. Nesse mesmo ano, a versão do Opala de duas portas e o motor 250-S saem de linha. A última mudança do Opala acontece em 1991, quando o carro ganha novos para-choques, padrões internos e cores. Ainda nesse ano, a versão Diplomata ganha rodas de aro 15 e freios a disco na traseira.
Em 1992, no mês de abril, uma série limitada especial, conhecida como Diplomata Collector, marcava o encerramento da produção da linha Opala.

Foram produzidas 100 unidades que traziam um vídeo VHS com a história do modelo e chaves banhadas a ouro.

O primeiro carro brasileiro que a GMB havia inserido no mercado nacional acabou sendo o primeiro a ser retirado de fabricação, pois o Opala sempre foi o triunfo da parcimônia e da lógica, da racionalidade frente a condições instávies do mercado. E acabou sendo um dos produtos industriais, na história do automóvel, mais queridos e justificadamente longevos da nossa história. Um tributo às suas qualidades instrínsecas é o interesse e a taxa de sobrevivência, marcada pelo aparecimento de vários clubes, ligados ao movimento dos carros antigos. Dificilmente será um "clássico", como tornaram-se o Simca e o DKW, mas diferentemente deles, poderá ser um clássico no Brasil, um "marco na indústria", pelas marcas em vendas, serviços prestados e capacidade de adaptação. O Opala, fazendo juz ao seu nome, agora faz parte da categoria das jóias - raras - que existiram e fizeram a história do automóvel no Brasil.

Ficha Técnica: Chevrolet Opala 2500

Tipo: Sedã, 4 portas ou cupê, 2 portas, 6 lugares, motor dianteiro e tração traseira;

Chassi e carroceria: monobloco, aço estampado;

Motor: 4 cilindros em linha, bloco e cabeçote em ferro fundido, refrigerado a água, comando no bloco e válvulas no cabeçote;
Alimentação: 1 carburador simples de 40mm
Diâmetro em curso (mm): 94,8 x 82,5
Cilindrada total (cm3): 2.507
Taxa de compressão: 7,0:1
Potência máxima: 80cv (SAE) a 3.800 rpm
Torque máximo: 18 mkgf (SAE) a 2.600 rpm

Transmissão: câmbio manual com 3 marchas sincronizadas à frente e uma à

Freios: circuito hidráulico simples
Dianteiros: A tambor; opcional: disco não ventilado;
Traseiros: A tambor;

Suspensão:
Dianteira: Independente, braço triangular superior e simples inferior, molas helicoidais;
Traseira: Eixo rígido, molas helicoidais

Direção: rosca sem-fim e setor dentado, sem auxílio

Dimensões e capacidades:
Entre-eixos (mm): 2.668
Comprimento total (mm): 4.575
Largura máxima (mm): 1.758
Altura (mm): 1.384
Vão livre (mm): 147
Volume do tanque (L): 55
Peso ordem de marcha (kg): 1.100

Rodas e pneus: rodas de aço e pneus diagonais
tamanho pneu (mm): 5,90 - 14

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Ficha Técnica: Chevrolet Opala 3800

Tipo: Sedã, 4 portas ou cupê, 2 portas, 6 lugares, motor dianteiro e tração traseira;

Chassi e carroceria: monobloco, aço estampado;

Motor: 6 cilindros em linha, bloco e cabeçote em ferro fundido, refrigerado a água, comando no bloco e válvulas no cabeçote;
Alimentação: 1 carburador simples de 40mm
Diâmetro em curso (mm): 94,8 x 82,5
Cilindrada total (cm3): 3.768
Taxa de compressão: 7,0:1
Potência máxima: 127cv (SAE) a 3.800 rpm
Torque máximo: 26,2 mkgf (SAE) a 2.600 rpm

Transmissão: câmbio manual com 3 marchas sincronizadas à frente e uma à

Freios: circuito hidráulico simples
Dianteiros: A tambor; opcional: disco não ventilado;
Traseiros: A tambor;

Suspensão:
Dianteira: Independente, braço triangular superior e simples inferior, molas helicoidais;
Traseira: Eixo rígido, molas helicoidais

Direção: rosca sem-fim e setor dentado, sem auxílio

Dimensões e capacidades:
Entre-eixos (mm): 2.668
Comprimento total (mm): 4.575
Largura máxima (mm): 1.758
Altura (mm): 1.384
Vão livre (mm): 147
Volume do tanque (L): 55
Peso ordem de marcha (kg): 1.125

Rodas e pneus: rodas de aço e pneus diagonais
tamanho pneu (mm): 5,90 - 14

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Ficha Técnica: Chevrolet Opala 4100

Tipo: Sedã, 4 portas ou cupê, 2 portas, 6 lugares (5 lugares no SS), motor dianteiro e tração traseira;

Chassi e carroceria: monobloco, aço estampado;

Motor: 6 cilindros em linha, bloco e cabeçote em ferro fundido, refrigerado a água, comando no bloco e válvulas no cabeçote;
Alimentação: 1 carburador simples de 40mm
Diâmetro em curso (mm): 94,8 x 89,7
Cilindrada total (cm3): 4.093
Taxa de compressão: 7,0:1
Potência máxima: 142cv (SAE) a 3.800 rpm
Torque máximo: 29,0 mkgf (SAE) a 2.600 rpm

Transmissão: câmbio manual com 3 marchas sincronizadas à frente e uma à ré, (opcionais: automático de 3 marchas e manual de 4 marchas)

Freios: circuito hidráulico duplo com servofreio
Dianteiros: Disco não ventilado;
Traseiros: A tambor;

Suspensão:
Dianteira: Independente, braço triangular superior e simples inferior, molas helicoidais;
Traseira: Eixo rígido, molas helicoidais

Direção: rosca sem-fim e setor dentado, sem auxílio (opcional: auxílio hidráulico)

Dimensões e capacidades:
Entre-eixos (mm): 2.668
Comprimento total (mm): 4.575
Largura máxima (mm): 1.758
Altura (mm): 1.384
Vão livre (mm): 147
Volume do tanque (L): 55
Peso ordem de marcha (kg): 1.125

Rodas e pneus: rodas de aço e pneus diagonais
tamanho pneu (mm): 6,50 - 14

6 comentários:

Carlos Eduardo - Congonhas disse...

Grande Opala. Meu avô teve um e eu jamais me esquecerei daquele carro imponente. Boa matéria André.

Sander Jr. / Congonhas disse...

André Candreva, uma bela e justa homenagem a este que foi um ícone da indústria nacional de veículos. Parabéns.

José Moreira Cruz / BH disse...

Minha infância foi de intensas viagens com meu pai e seu Opala. Jamais vou esquercer esses momentos. Parabéns pela brilhante matéria.

Manoel / Opala 76 Congonhas disse...

Justa homenagem. André vc é demais.

Pedro dos Santos Cruz - Ubá/MG disse...

grande opala e grande tbm foi sua historia, deixou saudades

Wilson Moura de Souza - Ouro Branco disse...

Excelente matéria sobre o Opala. Foi um carrão. Imponente até hoje.